Páginas

domingo, 18 de agosto de 2013

A Transfiguração do Senhor



São João de Damasco
«Uma nuvem luminosa cobriu-os com a sua sombra» e os discípulos foram tomados de grande temor vendo Jesus, o Salvador, com Moisés e Elias na nuvem. Outrora, é certo, quando Moisés viu Deus, entrou na nuvem divina (Ex 24,18), dando assim a compreender que a Lei era uma sombra. Escuta o que diz S. Paulo:
  «Na verdade, a Lei não era mais do que sombra dos bens futuros, não a própria realidade» (He 10,1).
  Nesse tempo, Israel «não tinha podido fixar os olhos na glória passageira do rosto de Moisés» (Col 3,7). «Mas nós, com o rosto descoberto, refletimos a glória do Senhor e somos transformados de uma glória para uma glória ainda maior, pela ação do Senhor que é Espírito» (v. 18). É por isso que a nuvem que cobriu os discípulos com a sua sombra não estava cheia de trevas mas de luz. Com efeito, «o mistério escondido há séculos e através das gerações foi revelado» (Col 1,26) e a glória perpétua e eterna foi manifestada. Eis porque é que Moisés e Elias, um de cada lado do Salvador, personificavam a Lei e os profetas. Aquele que a Lei e os profetas anunciavam é, na verdade, Jesus, o dispensador da vida.
Moisés representa também a assembleia dos santos que outrora adormeceram (Dt 24,5) e Elias, a dos vivos (2R 2,11), porque Jesus transfigurado é o Senhor dos vivos e dos mortos. E Moisés entrou finalmente na Terra Prometida porque é Jesus que aí o conduz. Outrora, Moisés tinha visto apenas de longe a herança prometida (Dt 34,4); hoje vê-a nitidamente.  
Homilia da Transfiguração do Senhor, por São João Damasceno (c. 676-749)
Fonte: Evangelho Cotidiano



Nenhum comentário:

Postar um comentário